Exercício da disciplina Direção de atuação - "Monólogo da prostituta no manicômio"
Metamorfose Cênica
TEORIA. CRÍTICA. ANÁLISES E REFLEXÕES. EXPERIÊNCIAS E EXPERIMENTAÇÕES. DRAMATURGIA. INQUIETAÇÕES. DEBATES.PROCESSOS CRIATIVOS E MUITO MAIS. ENFIM,TUDO AQUILO QUE PERMITE AO SER TRANSFORMAR-SE (E AO MUNDO) VIA CENA.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2021
sexta-feira, 30 de novembro de 2018
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
sábado, 27 de outubro de 2018
Metamorfoses do Olhar- Projeto de Formação em Arte e Cultura
Metamorfoses do Olhar-
Projeto de Formação em Arte e Cultura
Resumo
Execução de oficinas artísticas
ao profissionais de educação, alunos da rede regular de ensino, comunidade em
geral e deficientes visuais sobre o processo de ensino/aprendizagem em relação
à imagem no deficiente visual, via estudos de Arte/Educação e Arteterapia,
associando técnicas e práticas artísticas aos desafios cotidianos
possibilitando mais autonomia e segurança aos não videntes em suas relações.
Justificativa
A educação do cego e da
pessoa com baixa visão é, na maior parte das vezes, centrada em padrões
adotados pelos videntes. Educar deficientes visuais de acordo com padrões dos
videntes produz um desconhecimento das especificidades do ser deficiente visual.
Isso significa que conhecer o modo como estas pessoas conhecem o mundo é
fundamental para a elaboração de estratégias pedagógicas voltadas para o cego e
o portador de baixa visão. É preciso conhecer os modos singulares e próprios
pelos quais o deficiente visual conhece e se relaciona com o mundo a sua volta.
Para tal deve-se investigar outras modalidades de conhecimento, em particular
aquela que se centra na percepção tátil; o tato é um órgão de conhecimento que
se estende por todo o corpo. E o exercício investigativo do ator tanto na
teoria como na prática permitirá ao deficiente visual a descoberta e
desenvolvimento de habilidades corporais que permitam a melhor integração com
outras pessoas (com ou sem deficiência visual); melhor relação com o mundo da
arte possibilitando outras formas de apreciação e compreensão da mesma; modos
de transformar os chamados obstáculos das artes em possibilidades reais de
atuação e percepção como público; possibilitar outras maneiras de driblar os
obstáculos do cotidiano dentro e fora de casa; inserção dos deficientes visuais
no mundo teatral descobrindo novos talentos; mostrar aos deficientes visuais
outras possibilidades de encenação compreensíveis por todos.
Objetivos
- Verificar até que
ponto os diversos elementos visuais e teatrais individuais ou conjuntamente,
podem interferir no processo criativo do ator cego em relação ao vidente.
- Desenvolvimento de
habilidades corporais que permitam ao deficiente visual a melhor integração com
outras pessoas (com ou sem deficiência visual) no seu cotidiano.
-Estudar o processo de
ensino e aprendizagem do deficiente visual relativo ao teatro.
-Investigar os
procedimentos arteterapêuticos possíveis de serem aplicados em processos
criativos dos atores não videntes e como tais procedimentos podem colaborar
também na vida cotidiana dos deficientes visuais.
Descrição do projeto
-Explanação teórica do
processo de ensino-aprendizagem do deficiente visual, principalmente em relação
aos que não possuem memória visual
- Entrevistas com
deficientes visuais, profissionais de educação, alunos da rede escolar, bem
como seus familiares e amigos a fim de se compreender os maiores obstáculos e
desafios cotidianos dentro e fora de casa, na escola, mercado de trabalho, dentre
outros setores, relativa aos não videntes. Pretende-se também estudar as
relações entre o deficiente visual e a arte, principalmente na questão visual e
ensino das cores a fim de melhor aprimorar as questões a serem abordadas no projeto.
- Execução das
atividades sempre respeitando as peculiaridades, habilidades, dificuldades e
interesses de cada um, proporcionando a todos conforto, destreza, motivação e
alegria.
- Avaliação dos
trabalhos por parte dos inscritos apontando os efeitos colaborativos e aspectos
positivos das atividades realizadas com relatórios por parte dos interessados
em registrar o processo realizado.
-Avaliação dos
trabalhos por parte da equipe analisando-se os resultados obtidos.
Publico Alvo
Deficientes visuais,
profissionais de Educação e comunidade em geral.
Estimativa de publico
por oficinas
2O a 25 pessoas.
Currículo da proponente
Formação Acadêmica:
Graduada em Letras
e Mestre em Estudos Literários pela
UNESP
Graduada em Teatro pela
UFU
Capacitação em Braille
pelo Intituto Souza
Especialista em
Arteterapia pelo IPPEO e Arte-Educação pelo Instituto Souza (em fase de
certificação).
Doutoranda em Educação
pela FCU-Flórida/EUA em parceria com a FAAG.
EXPERIÊNCIA NA ÁREA
CULTURAL
Atuação Profissional:
Docente em Língua
Portuguesa, Educadora Infantil, Atriz do Espaço Porta 84 e anteriormente
Mandriões de Teatro, Diversão Light.
Qualificações:
- Prática em
planejamento e execução de oficinas teatrais, montagens de esquetes,
espetáculos, atuações em peças e performances. Experiência em palestras,
cursos, escritas dramatúrgicas, jornalísticas, críticas, literárias e docência.
Atuações artísticas
mais relevantes:
- Juca - dramaturgia de
Tiago Pimentel. Direção de Luiz Humberto Arantes. 2016-2017
- Chapetuba Futebol
Clube de Oduvaldo Vianna Filho. Direção de Luiz Humberto Arantes em 2014.
- As Bruxas de Salém.
Direção Yaska Antunes. 2011-2012.
Informações mais
relevantes:
- Ministrante do
Projeto Teatral Arte e Vida na Escola com o diretor Gilberto
Pinheiro/Araraquara - SP-2001
- Premiação: “Diploma
Grande Otelo” de Homenagem à Cultura com o Grupo “Mandriões de Teatro”
Uberlândia/MG. 2013.
- Publicação de
Monografia com ISSN: “As Faces Ocultas das folias de Reis” em versão CD-Room -
Série Monografias-Prograd UFU. 2012 ISSN: 23167939
- Publicação de livro
com ISBN: “Um Piquenique Muito Louco” – 2017 – teatro/literatura
infantil/infanto-juvenil. ISBN: 978-85-8324-053-2
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
Um piquenique muito louco
Um
piquenique muito louco
Juliana
Milani
Ilustrações:
César
Augusto Pinto
Revisão:
Tiago
Pimentel
Grafica e Editora Composer
Uberlândia/MG 2O17
APRESENTAÇÃO
(Por Alexandre Nunes- Ator- Autor-
Mestre em Artes)
Em Um Piquenique Muito Louco a
fábula permeada por arquétipos da infância de toda criança adquire novos
contornos com os tons hodiernos da preocupação com a alimentação e obesidade
infantil. Dados recentes da organização Mundial de Saúde são deveras,
alarmantes, e apontam para um crescente aumento de transtornos relacionados à
alimentação, em especial, obesidade infantil. Está aí a força motriz que
inspirou a autora a “pintar” um novo quadro com histórias entrelaçadas e
reminiscências de uma infância tão peculiar e tupiniquim embalada por
personagens que remetem ao clássico autor Monteiro Lobato, que inspiram e dão o
tom à nova brincadeira.
Arquétipos seculares como a Bruxa, João
e Maria bem como as crianças Joãozinho, Estelinha e Laurinha embalam a história
associados aos novos vilões onde as doenças relacionadas à má alimentação
tornam-se personagens como o grande vilão Colesterol. Para enfrentá-lo, ninguém
melhor e mais apropriado que o Doutor Saúde. Vê-se aqui um nítido esforço em
recuperar figuras do imaginário popular com a temática moderna como já
relacionado, feito onde a autora trafega com leveza e um tom cômico na medida
certa. Na horda do dia, onde os parâmetros curriculares estão em constante
revisão, Um piquenique Muito Louco revela-se um livro indicado
para escolas de ensino fundamental, educação alimentar se faz fundamental num
país onde as mortes relacionadas a infarto, diabete e pressão alta estão em
constante ascensão.
A obra, a propósito, acessa a questão da
obesidade infantil de modo fluído e lúdico, sem dar mote às caricaturas ou
lições de moral que de nada valeriam às crianças. Tudo isto se deve à leveza de
certos personagens como a Vovó Lúcia que cuida das crianças e faz as cestas de
doces e lanches naturais trocadas na hora do piquenique pela peralta Laurinha.
Com a jocosidade e meiguice de vovós da literatura como a já consagrada e
inenarrável Dona Benta, a Vovó aqui cumpre seu papel de alertar, sem perder o
tom afável, ao orientar as crianças. Outro ponto a ser lembrado pela obra foi a
recriação da já célebre Bruxa, inspirada na personagem Cuca de Monteiro Lobato,
aqui mancomunada com vilões da pesada como o Seu Colesterol. Irônica,
divertida, suas maldades não são ofuscadas pelo carisma da personagem que,
mesmo nas maldades, leva a risos, devido às suas trapalhadas.
Outro ponto a ser destacado é a forma
como a autora interliga seus personagens novos à ode que faz aos já consagrados
personagens, ícones da infância de muitas gerações. Após se fartar do
piquenique com guloseimas perniciosas como sanduíches – bem pouco naturais,
diga- se de passagem – como doces, bolos de chocolate, mais uma infinidade de
guloseimas, Laurinha, Joãozinho e Estelinha dormem no meio da mata e,
empanzinados pelo excesso de comida, acabam por ter o mesmo sonho, ou pesadelo,
onde se transformam respectivamente nas personagens Bruxa, João e Maria. O
efeito que o universo telúrico e onírico proporciona aos personagens presos no
mesmo pesadelo revela-se uma “sacada” da autora, que, com sua experiência na
área pedagógica e muitos anos de teatro em seu arsenal artístico, nos coloca numa
revelia de peripécias e situações inusitadas. A partir daí uma série de tramas
engraçadas e mirabolantes acontecem num sonho cuja finalidade e mote central
adquire contornos e a mensagem é propagada: O mal que os excessos de uma
alimentação desregrada podem acarretar.
Na
era digital, onde se pressupõe que as crianças e adolescentes estão interados e
conectados em tudo o que acontece, a realidade aponta caminho adverso. O
digital nem sempre aproxima, e o que informa muitas vezes “peca” no essencial e
imutável: Formação. Sem base motriz e direcionamento, as crianças acessam o que
lhes apetece sem uma orientação e condução, o que possui seu lado positivo
também possui seu pólo oposto: escassa leitura, conhecimento, e falta de um censo
crítico que permita uma maior absorção da “dinamite” de informações que lhes
caem hodiernamente em suas mãos. Este panorama descrito não se configura como
um quadro geral que define todos sem exceção, porém a intolerância e
irresponsabilidade no lidar com estas plataformas apontam um quadro
preocupante. Uma orientação de como lidar com o excesso de informações no mundo
hodierno se revela fundamental. A base humana, formação e busca de um
conhecimento profícuo e que permita às crianças um conhecimento mais amplo de
um bem estar, encontra-se escasso. Em Um piquenique muito louco,
temos uma obra que conecta crianças e adolescentes com uma temática de
relevância, porém pouco pesquisada e estudada. Afinal, que criança se meteria a
fazer uma pesquisa alimentar em seu horário de lazer? Aqui o trabalho da autora
encontra sua dimensão, faz pensar, refletir, educar sem impor, agredir ou soa
categórica. A leveza com que o tema, por vezes, considerado chato pelas
crianças, é abordado, traz uma reflexão e vontade de pesquisar, “googlear”
sobre o assunto. Enfim, um oportuno convite a um saudável piquenique...
Personagens:
João
Maria
Bruxa
Monstro Colesterol
Monstro Infarto
Doutor Saúde
Laurinha
Estelinha
Joãozinho
Vovó Lúcia
(Noite.
Joãozinho e Estelinha estão no quarto conversando. Laurinha, escondida embaixo
da cama da irmã ouve tudo, preparando-se para mais uma travessura).
Joãozinho
– graças a Deus que amanhã é domingo, adoro final de semana, não tem escola e a
gente pode brincar bastante.
Estelinha
– e o melhor é que aquele chato do senhor Jiló não vem aqui, detesto ele.
Joãozinho
– que pena, eu adoro espetar a perna dele embaixo do sofá enquanto a Laurinha
faz cócegas em seus pés quando ele tira as botas. Mas se ele não vem aqui
amanhã, o que vamos fazer de engraçado ou diferente?
Estelinha
– já sei, vamos até aquele bosque que o primo falou que é assombrado.
Joãozinho
– fazer o que lá?
Estelinha
– que tal um piquenique?
Joãozinho
– tô dentro, comer é comigo mesmo!
Estelinha
– só toma cuidado pra depois não ter dor de barriga como da outra vez, ou então
não ter pesadelo na hora de dormir.
Joãozinho
– relaxa que eu sei me cuidar.
Laurinha
(diz a si mesma escondida embaixo da cama) – eles vão ver só o que é dor de
barriga e pesadelo (dá uma risadinha contida)
Estelinha
– então vou até a cozinha falar com a vovó Lúcia pra ela preparar as coisas.
Joãozinho
– será que ela vai deixar?
Estelinha
– claro que sim, basta você prometer que se comporta.
Joãozinho
– eu não sou bagunceiro, quem sempre apronta é a Laurinha e afinal cadê ela
hein?
Estelinha
– enquanto eu falo com a vovó você procura nossa irmãzinha travessa e convida
ela, senão já viu!
Joãozinho
– já vi que o piquenique vai ser tão doido quanto a Laurinha, só espero que os
cachorros do vizinho não apareçam por lá pra comer todo nosso lanche.
Estelinha-
eu espero que a bruxa do bosque não nos surpreenda e nos leve de novo para
aquele esconderijo nojento. Bom, chega de conversa fiada e vamos tratar do
nosso piquenique de amanhã. Vou até a cozinha falar com a vovó enquanto você
acha a Laurinha.
Joãozinho
– depois vamos dormir que estou com sono, senão adeus piquenique de domingo.
(no
quarto das crianças pela manhã)
Vovó
Lúcia – acordem crianças, o lanche de vocês já está pronto faz tempo. Aquela
cesta tá uma beleza de tanta comida!
Joãozinho
– me deixa dormir mais um pouco, hoje é domingo.
Estelinha
– acorda logo seu preguiçoso e vamos ao
que interessa.
Laurinha
– eu já acordei faz tempo, aliás, nem dormi direito de tanta emoção.
Joãozinho
– o que há de emocionante em fazer um simples piquenique?
Laurinha
– isso é o que vocês vão descobrir depois.
Vovó
Lúcia – vão logo se arrumar.
Laurinha
– vamos que estou ansiosa pelo passeio.
Estelinha
– Laurinha, o que e que você está aprontando hein?
Laurinha
– eu nada, só quero aproveitar melhor o domingo.
(as
crianças trocam de roupa, Joãozinho pega uma bola e Estelinha um livro de
contos de fadas).
Estelinha-
eu estou pronta e vou levar meu livro predileto.
Joãozinho
– eu vou levar minha bola. E você Laurinha, o que vai levar?
Laurinha
– só a minha vontade de comer e correr atrás de vocês (dá uma gargalhada).
Vovó
Lúcia(diz a si mesma na cozinha)– só espero que realmente se comportem. Caramba!
O lanche das crianças está todo aqui! O que é que eles vão comer? E cadê os
bolos e doces que eu fiz pra vender? Mas a cesta que eu dei pra eles estava
pesada.
(no bosque)
Laurinha
– pronto, chegamos vamos começar logo com a comilança!
Estelinha-
mas você só pensa em comer, por isso que está engordando.
Laurinha
– eu estou só um pouquinho mais fofa.
Joãozinho
– se continuar comendo tanto vai ficar pior que o Marquês de Rabicó do
“Sítio do Pica Pau Amarelo”.
(Joãozinho
e Estelinha riem).
Laurinha
– não me importo com o que pensem de mim, quero mesmo é comer.
(tira
a cesta das mãos de Estelinha e abre-a) Nossa, que delícia, olha quanta coisa
aqui dentro!
(Laurinha
estende uma toalha no chão e coloca toda a comida sobre a toalha, todos começam
a comer).
Estelinha(comendo
um grande pedaço de bolo de chocolate) – nossa, desta vez a vovó Lúcia realmente
caprichou.
Joãozinho
(com dois hot dogs na mão e uma garrafa de 2 litros de coca-cola do lado) –
realmente, hoje volto pra casa mais pesado.
Laurinha
– depois eu é que sou a gulosa, dá licença que estes 4 hambúrgueres aqui são
meus.
Estelinha
– meu Deus, não sei qual dos dois é mais guloso, que horror, deste jeito não
vai sobrar nada pra mim.
Joãozinho
– ninguém vai ficar sem comer, vamos fazer uma competição.
Estelinha
– competição do quê?
Joãozinho
– de quem come mais e mais rápido.
Laurinha
– é pra já
(todos
começam a comer alucinadamente até ficarem bem estufados e acabar com os
alimentos da cesta).
Estelinha-
pra mim chega, não aguento mais.
Joãozinho
– Nossa! Nunca comi tanto na minha vida!
Laurinha
– até eu que me treinei pra comer muito não aguento mais também.
Laurinha
– então vamos todos dormir. Joãozinho – caramba (bocejando muito) que sono!
(todos adormecem deitados na grama)
(numa
casa velha e feia no meio da floresta, João e Maria estão aprisionados dentro
de uma gaiola. Eles estão muito assustados)
João
– estou com medo.
Maria
– eu também
João
– não quero comer mais
Maria
– nem eu.
João
– a bruxa vai achar que estamos no ponto de ser assados.
Maria
– assados igual aos porcos no Natal. Ai não quero virar comida de bruxa.
(aparecem
os monstros Colesterol e Infarto a função deles é alimentar e assustar as
crianças).
João
– socorrooooooooooo!!!!!!!!!
Maria
– sai daqui!!!!!!!!
Colesterol
– não adianta gritar, ou come o que eu mando ou vai ficará preso pra sempre! Infarto – eles vão ficar presos e depois serão assados pois a bruxa quer as
crianças como refeição!!!
Colesterol
(oferecendo doce às crianças)– comam logo este brigadeiro gigante recheado de
doce de leite e coberto com chantilly!
Infarto
(gritando e rindo ao mesmo tempo) – eles vão ser assados , eles vão ser
assados, eles vão ser assados pra bruxa comer !!!!!!!
João
– acho melhor comermos, depois pensamos num jeito de fugir.
(aparece
a bruxa)
Bruxa
– ninguém foge de mim, precisam comer mais !(dá uma risada).
João
– calma, eu vou pensar num jeito de sair daqui.
Bruxa
– comam, comam, comam mais, comam tudo o que eu mandar
Maria
– vou fazer regime, assim você não me come
João
– cuidado pra não morrer de fome Maria!
Maria
– eu sei, mas de algum modo temos de nos livrar desta bruxa e destes monstros.
Bruxa
– não há como sair daqui, o Colesterol e o Infarto vigiam vocês o tempo todo e
tratem de comer ou jogo vocês dois pros jacarés do pântano. (dá uma gargalhada
e sai).
Colesterol
(oferece 15 hambúrgueres junto com 4 litros de coca-cola a cada uma das
crianças) – comam estes lanches e bebam todo este refrigerante e no jantar tem
mais!
Infarto
– é isso mesmo, comam e irão para a boca da bruxa (ri). Olha o coração, olha o
coração, olha o coração!!!
Colesterol
– não se esqueçam da pressão! Quero-a bem alta. O Infarto vai gostar!!!!!
(volta
a bruxa com uma bandeja cheia de doces e bolos)
Bruxa
– Infarto e Colesterol, ofereçam estas delícias aos nossos hóspedes !
Infarto
– será que agora eu consigo pegar pelo menos um deles?
Colesterol-
não custa tentar. (às crianças) Comam tudo seus pestinhas!
João
– não quero que eles e a bruxa me peguem
Maria
– precisamos sair daqui, o problema é de que jeito!
João
– se ao menos existissem super-heróis de verdade.
Maria
– lembrei-me de uma coisa.
João
– o quê?
Maria
– a mamãe sempre diz que temos um anjo da guarda e que devemos rezar pra ele
nos proteger sempre.
João
– é verdade!!! Eu nem lembrava mais disso. Também eu nunca rezava, só gostava
de ler história de assombração antes de dormir.
Maria
– assombrados estamos agora, prestes a sermos devorados pela bruxa e seus monstros.
João
– então vamos lá.
João
e Maria juntos – Querido Anjo da Guarda, sabemos que não somos crianças
obedientes e nem bons filhos, mas estamos arrependidos e precisamos sair logo
daqui antes que a bruxa nos coma. Se o senhor nos tirar daqui prometemos
estudar mais e sermos mais obedientes. Amém.
(um
enorme estrondo se ouve vindo do teto que se quebra, um fumaça intensa cobre o
ambiente todo e ao se dissipar a fumaça, vê-se um ser diferente, forte, bonito
e jovem).
João
– nossa! Ele parece o Super-Homem!
Maria
– é, parece! Mas não é ele!
Ambos
– quem é você?
Herói
– eu sou o Doutor Saúde!
Ambos
– Doutor Saúde!? Como assim? E de onde você veio?
Doutor
Saúde - vim do Reino da Vida Saudável, um lugar onde todos praticam exercícios
físicos diariamente e só comem frutas, legumes, verduras, cereais, carnes
magras etc.
João
– e lá não tem doces ou sanduíches ou refrigerantes?
Maria
– vamos logo sair daqui, depois conversamos.
Bruxa
e monstros (gritando) – ah! Invasor! Vamos pegá-lo!
Colesterol
– vou dar gordura pra ele comer!
Infarto
– vou destruir o coração dele!
Doutor
saúde – nada disso, seus monstros horríveis! Sou o Doutor Saúde e vim aqui pra
acabar de uma vez pra sempre com vocês!
(Doutor
Saúde joga sobre os monstros e a bruxa um vidro de Biotônico e vários legumes e
folhas de verdura)
Bruxa
– não!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Odeio Biotônico!!!!!!!!!!!!!
Colesterol
– ai credo! Detesto verdura!!!!!!!!!!!!!!
Infarto
– legume não, não, nãoooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!
Doutor
Saúde – agora façam ginástica: flexões, abdominais, pulem corda! Vamos que
estou mandando!
Bruxa
e monstros – não! Exercícios não! Nós gostamos é de comer muito doce e sanduíche
e depois dormirrrrrrrrrrr!!!!!!!!!!!!!!
Doutor
saúde – agora corram e sumam daqui pra nunca mais voltarem ou acabo com vocês
de verdade com remédios bem fortes pra tirar a gordura do sangue!
Bruxa
e monstros – socorroooooooooooo! Vamos embora daqui!
(saem
de cena)
Doutor
Saúde – podem vir crianças, aqueles seres horríveis se foram! Minha função aqui
é mostrar como cuidar da saúde da maneira certa e os monstros não gostam disso.
Maria
- como assim?
Doutor
Saúde – o Monstro Colesterol só gostava de alimentos cheios de gordura como
doces, salgados, frituras, sanduíches com muita maionese, catchup e mostarda e
muito hambúrguer e muita salsicha etc. Tudo isso cria uma camada grossa de
gordura em nossas veias que são como um túnel por onde passa o nosso sangue.
Como o túnel vai ficando apertado, o sangue vai fazendo força pra passar e chegar
ao nosso coração e ao resto do corpo. Essa força é chamada de pressão e se ela
for realmente forte, será chamada de Pressão Alta.
João
– o mostro colesterol falou algo de pressão alta.
Maria
– é mesmo e disse que o Infarto ia gostar.
Doutor
Saúde – realmente. Se os túneis que são as veias por onde o sangue passa
sofrerem muita pressão, o nosso coração vai sentir-se fraco e ficar muito
triste.
João
– triste?
Doutor
Saúde – é, ele vai ter que fazer muito mais força que o normal pra cuidar do
sangue recebido e devolvê-lo ao corpo e aí ele não consegue e fica triste.
Maria
– e depois o que acontece?
Doutor
Saúde – bem, se o coração fizer força demais ele não aguenta e para de
funcionar. Isto se chama infarto e muitas vezes as pessoas morrem quando isso
acontece.
João-
é por isso que o outro monstro se chamava Infarto e quando ele falava eu fiquei
com muito medo.
Maria
– nosso avô morreu assim, papai disse que o coração de vovô ficou cansado de
tanto trabalhar até que não aguentou mais e morreu.
João
– e como a gente faz pra tudo isso não acontecer?
Doutor
Saúde – bem, é muito simples. Basta comermos diariamente arroz, feijão,
verduras, legumes, carnes com pouca gordura que são chamadas de carnes magras,
tais como frango e peixe. E tudo com pouco sal, porque ele gosta de fazer mal à
pressão. De sobremesa comam frutas em vez de doces. Quando quiserem um lanche,
usem pães leves e façam recheios com patês de legumes, geleias de frutas ou
coloquem salada no meio do pão. Vocês também podem durante o dia tomar um
iogurte de leite desnatado que é muito saudável. E nunca se esqueçam de beber
muita água e tomar sucos de frutas ao invés de refrigerantes. Nosso corpo é
composto de 75% de líquido, precisamos mantê-lo bem hidratado pra não ficarmos
doente, além de seguir uma dieta saudável, é claro.
João
– mas eu não posso nunca mais comer pizza, macarrão, hot dog, hambúrguer e
doces ou beber refrigerante?
Doutor
Saúde – claro que pode. Se a semana toda você cuidar da sua saúde com alimentos
saudáveis e praticar alguma atividade física como jogar bola, caminhar
diariamente, correr, andar de bicicleta ou fazer ginástica na escola ou na
academia, poderá sim de vez em quando comer e beber o que quiser, desde que em
pequena quantidade.
Maria
– nossa! Mas como é fácil manter a saúde em dia! Se fizermos o que o senhor
falou, vamos emagrecer? Estaremos livres para sempre de qualquer bruxa ou
monstro? Ninguém mais vai querer comer a gente?
Doutor
Saúde – sim. Vocês vão perder todos os quilos a mais que a bruxa e seus
monstros fizeram vocês adquirirem para servirem de jantar. Além disso serão
futuramente adultos muito felizes e com boa saúde.
João
– obrigada por nos salvar Doutor Saúde, o senhor é como um anjo, um herói que apareceu
pra salvar a gente do perigo.
Doutor
Saúde – não fiz mais que a minha obrigação, além do mais foi um prazer acabar
com aqueles seres horríveis.
Maria
– obrigada, mas temos que voltar pra casa.
João
e Maria – até mais Doutor Saúde, foi um prazer conhecê-lo.
(Saem
João e Maria. Laurinha, Joãozinho e Estelinha acordam aos gritos)
As
crianças – socorroooooooooooo! A bruxa vai me comer!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Joãozinho-
sai daqui monstro feio!
Estelinha
– não morde meu braço, sai bruxa horrorosa!
Laurinha
– caramba! Acho que tive um pesadelo danado!
Joãozinho
e Estelinha – eu também!
Laurinha-
Sonhei que era uma bruxa!
Estelinha-
nossa, será que sonhamos a mesma coisa?
Joãozinho
– acho que sim.
Laurinha
– vocês também sonharam com João e Maria, os monstros e o Doutor Saúde?
Estelinha-
sim, eu era Maria.
Joãozinho
– eu era o João.
Todos
– que pesadelo!
Estelinha-
gente, pelo que conheço da vovó, não foi ela quem preparou nossa cesta de
lanches.
Joãozinho-
realmente, ela sempre falava pra gente comer fruta e salada.
Estelinha
- Laurinha, isso só pode ser coisa sua!
Laurinha-
tudo bem gente fui eu quem trocou toda a comida que a vovó preparou pro
piquenique.
Joãozinho-
mas por quê?
Estelinha-
olha só o pesadelo que a gente teve por comer tanto e só coisa que faz mal pra
saúde!
Laurinha
– é que eu queria fazer uma refeição diferente, eu estava cansada de tanta
verdura, tanto legume, só frutas.
Joãozinho-
mas a vovó já tinha falado pra gente que de vez em quando não tem problema
tomar refrigerante, comer massas, doces e sanduíches.
Estelinha –
é verdade, basta não exagerarmos.
Laurinha-
acho que agora aprendi a lição.
Joãozinho
e Estelinha - nós também.
Joãozinho
– e chega de ser guloso pra não ter pesadelo.
Estelinha-
agora vamos voltar pra casa e você Laurinha, trate de contar o que fez pra vovó
Lúcia e peça desculpas.
Laurinha-
tudo bem, só espero não ficar de castigo.
Joãozinho-
qualquer castigo é melhor que aquele pesadelo.
Assinar:
Postagens (Atom)